4 décadas de vida pública
Michel Temer, presidente nacional do PMDB, participa da comemoração de Garibaldi Filho e Henrique Eduardo Alves
Poucos políticos alcançaram a marca de 40 anos de vida pública no Rio Grande do Norte. Agora, neste seleto grupo se incluem o senador Garibaldi Alves Filho e o deputado federal Henrique Eduardo Alves, ambos do PMDB, homenageados nesta sexta-feira por políticos de expressão nacional e estadual, amigos, parentes e correligionários em um almoço de adesão, a partir das 12h30, no Centro de Convenções de Ponta Negra.
Quando Garibaldi Filho e Henrique Eduardo Alves disputaram em 1970 o primeiro mandato para a Assembleia Legislativa e Câmara dos Deputados, respectivamente, era o auge da Ditadura Militar (1964/1985). Na época, os dois já iniciavam a carreira política com uma árdua e difícil missão: a responsabilidade de sucederem na vida pública os irmãos Aluízio Alves, pai de Henrique, Agnelo Alves, tio dos dois, e Garibaldi Alves, pai de Garibaldi, que tiveram os mandatos de deputado federal, prefeito de Natal e deputado estadual cassados pelo Regime Militar, em 1969.
Entre os políticos de expressão nacional, presentes ao almoço de hoje, estará o presidente da Câmara, deputado Michel Temer (PMDB-SP), pré-candidato a presidente da República na chapa encabeçada por Dilma Roussef. Temer saudará os dois políticos potiguares como presidente nacional do partido. Também está sendo esperado o ex-ministro Edison Lobão, e confirmadas as presenças dos ministros da Agricultura, Wagner Rossi, e da secretaria de Relações Institucionais, Alexandre Padilha.
Além dos ministros, estarão no evento os deputados federais Fábio Faria (PMN-RN), Jovair Arantes (PTB-GO e líder do seu partido na Câmara) e Aníbal Gomes (PMDB-CE); o diretor-geral do Departamento Nacional de Obras contra as Secas (DNOCS), Elias Fernandes; o vice-presidente de Fundos de Governo e Loterias da Caixa Econômica Federal, Wellington Moreira Franco; o secretário de Atenção à Saúde do Ministério da Saúde, Alberto Beltrame; e o vice-presidente de Relações Institucionais da Rede Globo de Televisão, Evandro Guimarães.
Antes de começar o ato político pelos 40 anos de vida pública de Henrique Eduardo e Garibaldi Filho, o deputado Michel Temer receberá os jornalistas do Rio Grande do Norte, às 11h30, para uma entrevista no Ocean Palace, na Via Costeira. A senha individual para o almoço custa R$ 30,00 e ainda pode ser adquirida na sede do diretório estadual do PMDB, na rua Lafayete Lamartine, 1889, em Candelária. A renda arrecadada será utilizada para arcar com os custos da festa.
Além dos dois homenageados, também está confirmado o discurso do advogado e ex-deputado Paulo de Tarso Fernandes, que além de primo de Henrique Eduardo e Garibaldi Filho, foi contemporâneo deste na Assembleia Legislativa, de onde, em 1985, o senador saiu para se eleger prefeito de Natal e depois governador do Estado e senador, por duas vezes. A festa ainda será marcada por uma homenagem da banda Calçadão Carioca. Outra participação prevista é do músico Etelvino, fundador do conjunto Impacto 5, que fez sucesso nos anos 70 e era responsável por muitas das músicas de campanha do PMDB.
Até 2002, quando a legislação eleitoral permitia a realização de shows artísticos durante os comícios, Etelvino tinha uma ativa participação nas mobilizações políticas do PMDB, único partido dos dois homenageados em quatro décadas de atuação política.
Na campanha eleitoral deste ano, o deputado Henrique Eduardo Alves disputará sua 11ª eleição consecutiva para a Câmara Federal, onde exerce a liderança da maior bancada do partido na casa. O senador Garibaldi Alves Filho foi quatro vezes deputado estadual e agora tentará a reeleição para mais oito anos de mandato no Senado.
Fatos marcantes da trajetória de Henrique
Muitos são os fatos que marcaram a carreira pública do deputado federal Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN). Algumas dessas histórias serão relatadas pelo próprio parlamentar em seu discurso de hoje, em agradecimento às homenagens pelas quatro décadas de ininterrupta atuação parlamentar, iniciada aos 21 anos de idade. Henrique afirma que ainda não esqueceu o slogan da primeira campanha, em 1970, e que caiu no gosto popular: “É o filho! Meu filho, minha filha!” - uma clara alusão ao pai, Aluízio Alves, que tinha sido governador do Estado.
Um episódio importante, conta ele, foi a criação dos diretórios municipais do PMDB no auge da Ditadura Militar. Na época, amigos como Luís Sobrinho, Antônio Câmara, Magnus Kelly, Garibaldi Filho, Roberto Furtado, Iberê Ferreira saíam pela capital e interior legalizando os diretórios, mas quando voltavam a Natal, eram surpreendidos pela notícia de que as pessoas, que tinham se filiado ao partido, desistiam por causa da pressão política. Outro fato histórico, lembra o deputado, ocorreu na
campanha do general Euler Bentes Monteiro, “como anticandidato” a presidente da República, em 1978. Henrique lembra que como a eleição era indireta, na Câmara Federal, a campanha era feita em recintos fechados pelas capitais. Mas, em Natal, devido à história e à tradição do PMDB-RN, foi realizado um comício, “que depois serviu de exemplo para todo o país”.
Henrique Eduardo orgulha-se, com justiça, desse comício popular ter merecido um artigo assinado pelo jurista Barbosa Lima Sobrinho, no “Jornal do Brasil”.
Fatos marcantes da trajetória de Garibaldi
Aos 63 anos, o senador Garibaldi Filho considera como um dos fatos mais marcantes das quatro décadas de atuação política, a primeira eleição majoritária que disputou: a de prefeito de Natal, em 1985.
Para o senador, a importância dessa eleição se deve ao fato da Ditadura Militar ter mantido a população, durante 20 anos, sem o direito de escolher de forma direta, os prefeitos das capitais brasileiras: “Essa eleição foi histórica pelo momento em que o país vivia. Tive até comitê criado dentro da Universidade Federal do Rio Grande do Norte”.
Isso não quer dizer, segundo o senador, que as quatro eleições para deputado estadual que disputou, entre 1970 e 1978, “não foram importantes”.
Como deputado estadual, ele lembra do reconhecimento do trabalho em favor dos trabalhadores rurais, “quando cheguei a ser considerado o deputado da emergência”.
Além disso, Garibaldi Filho lembra que, apesar de ter sido chefe do Gabinete Civil na gestão do prefeito Agnelo Alves, a experiência de pedir voto ao eleitor pela primeira vez foi marcante: “Sempre pedia para os outros, é diferente pedir para você mesmo”.
O senador se emociona ao relembrar fatos mais recentes, sobretudo dos dois mandatos de governador, que o levou a construir duas grandes adutoras para levar água aos mais pobres: “Era um momento de emoção muito grande. Não aquela da inauguração, mas quando ia fazer o teste d’água e as famílias viam a água jorrando das torneiras. Água que antes representava um sacrifício muito grande para elas adquirirem”.
Fonte: Tribuna do Norte
