quinta-feira, 10 de junho de 2010

PV lança Marina e se preocupa com pouco tempo no horário eleitoral

Uma banda de frevo e uma boneca gigante de Olinda, com a cara da candidata verde, davam as boas vindas aos participantes da Convenção Nacional do PV, partido que lança oficialmente hoje (10), em Brasília, o nome de Marina Silva para concorrer à Presidência da República.

O partido decidiu se lançar em vôo solo. Não fez alianças com nenhuma legenda e sabe que enfrentará como maior obstáculo diante dos demais candidatos os míseros um minuto e meio de tempo no horário eleitoral gratuito.

“A menos que haja uma posição contrária do que já foi conversado, nós vamos seguir em vôo solo. Não vamos buscar nos coligar. Seremos chapa pura. O que temos para mostrar é uma candidata excelente, que tem uma história de vida que a permite falar sobre todas as dificuldades que o povo brasileiro enfrenta com propriedade. Não só com a propriedade de que viveu, mas também como quem estudou”, destacou o deputado Marcelo Ortiz (PV-SP).

“Nosso tempo de TV realmente será muito curto e um grande obstáculo. O pior é que quanto mais candidatos, sem chaces reais na disputa, menor fica o nosso tempo. Se Marina tiver tempo para falar, ela leva, porque fala de forma natural”, reconhece.

Na parte da manhã, Marina não esteve presente à convenção. Ela só participará do encontro à tarde. Nos discursos, os integrantes do PV defenderam as diretrizes do programa de governo da candidata, apresentadas hoje, que apontam o reconhecimento dos avanços do Brasil em todas as áreas e a criação de uma “terceira geração de programas sociais”.

No programa, há uma constatação de que faltou investimento estratégico em educação, inovação, infraestrutura e na conservação dos recursos naturais. “Os avanços foram reais, mas insuficientes e geradores de significativos desequilíbrios”, destaca o programa de governo.

As propostas de terceira geração incluem a consolidação de “boas práticas” como o Bolsa Família, programa de distribuição de renda implantado no governo de Luiz Inácio Lula da Silva, que Marina propõe institucionalizar.

As diretrizes do PV apontam também para uma reestruturação na política de segurança pública que inclua uma discussão com a sociedade sobre a política de drogas com foco no combate ao crime organizado, principalmente envolvendo agentes do Estado, como as “milícias”, exemplifica o programa.

O programa ainda cita o “compromisso” do partido de não assumir uma postura de denuncismo durante a campanha. “Vamos pautar o período de campanha pelo debate de idéias e propostas sobre o Brasil, evitando factóides, embates vazios e consensos ocos”, destaca o programa.

“Não temos energia para criticar nossos adversários, ou para fazer dossiês. Temos que nos preocupar em apresentar nossa candidata e nossas propostas”, destacou Marcelo Ortiz, antes do início da convenção.

* Fonte: Agência Brasil.