quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

Ventos da mudança sopram no RN


“Wind of Change’’ ou vento da mudança. O título de um dos grandes sucessos musicais da década de 90 ajuda a descrever a nova configuração que a economia do Rio Grande do Norte pode começar a ganhar em dois anos, na esteira da indústria eólica.
O estado é visto com o maior potencial do país para gerar esse tipo de energia e tem ventos soprando a favor de pelo menos 17 municípios em estágio de desenvolvimento regular ou moderado, a exemplo de João Câmara, Touros e Galinhos. Esses ventos prometem levar, até essas cidades, um surto de crescimento sem precedentes, com algo em torno de R$ 20 bilhões em investimentos e milhares de empregos em áreas como construção civil, operação e manutenção de equipamentos.
Movimentos nesse sentido devem ter início amanhã, com o primeiro leilão de reserva para negociação exclusiva de energia obtida a partir do vento, ou eólica, no país, mas deverão ganhar força ao longo da próxima década, dependendo da demanda dos compradores pela produção.
Interior terá empregos fortalecidos
No auge de um parque eólico, quando a obra está em pleno vapor, gera-se em torno de 500 a 600 empregos diretos. Cerca de 90% dessa mão-de-obra ajuda a construir os caminhos de acesso e as fundações. São pedreiros, serventes, mestres de obras, encarregados e engenheiros, por exemplo. A equipe restante é responsável por fazer a montagem dos aerogeradores, aqueles geradores elétricos enormes, integrados ao eixo de um cata-vento. “Todos os parques estão em regiões afastadas da capital. Geralmente levamos os encarregados e engenheiros, mas 80% da mão-de-obra é local’’, diz Sérgio Azevedo, da Dois A Engenharia, que já participou da implantação de 120MW em três parques no Rio Grande do Norte e na Paraíba e agora trabalha na construção do quarto empreendimento, de 150MW, em Guamaré (RN). Azevedo também é presidente do Comitê Temático de Energias Renováveis e Meio Ambiente da Federação das Indústrias do estado, a Fiern.